Pular para o conteúdo principal

Artigo no BIF

Coincidentemente, o Boletim de Informações da FIPE do mês de abril foi lançado hoje, meu aniversário de um quarto de século, com o meu primeiro artigo sobre a educação entre 1930 e 1964. Esse artigo consiste em um resumo do capítulo 3 da minha dissertação de mestrado em apenas 6 páginas. Quem quiser ler, bom proveito. Críticas são bem-vindas.

Comentários

Unknown disse…
Opa. Apareci para ver o blog no dia certo. Parabéns pelo aniversário e pelo artigo. Nos encontramos pelos corredores do ppge.
João Melo disse…
Duplo Parabéns Thomas e muito sucesso.
Abraço,João Melo, direto da selva!
Thomas, acabo de ler o seu artigo no boletim, e achei muito interessante. Parabéns.

Fiz uma rápida busca no google pela sua dissertação, mas não encontrei, e achei mais fácil te pedir por e-mail. Será que você me enviar? pettersonvale@hotmail.com

Antes mesmo de ler tudo, no entanto, queria pedir a sua opinião no seguinte.

Eu estou morando na Argentina, e tratei de me informar sobre a história daqui, que me surpreendeu muito no sentido positivo, e que me deixou seguro de que trata-se de um país absolutamente diferente do Brasil. Aprendi, entre outras coisas, que o país tem uma tradição de intelectuais republicanos e progressistas muito mais fecunda do que aquela que (até onde conheço) teve o Brasil. Os "heróis de maio", responsáveis intelectuais e operacionais pelas movimentações que levaram à independência e à unificação, tinham desde cedo algo bem claro: é preciso universalizar um padrão avançado de educação. E desde cedo significa a primeira metade do Sec. 19.

Também, pudera: a Universidade de Cordoba é de 1616, e a de Buenos Aires, de 1821!

Isso me levou a concluir que uma das diferenças fundamentais entre esses países é que a elite na Argentina foi e é civilizadora (das massas). A elite no Brasil foi e é centrada no próprio umbigo. E mais: penso que isso tem a ver com o fato de a estrutura da sociedade brasileira ter se formado num período de escravidão e patriarcalismo, enquanto a estrutura da sociedade argentina se formou de fato somente no Século 19, com base nas muito mais adiantadas idéias republicanas dos imigrantes italianos (com a possível excessão das províncias do Norte, que, coincidentemente, são bem mais atrasadas).

Sei que na dissertação você não divagou a esse ponto, mas você acha que uma interpretação desse tipo é cabível (para o caso do Brasil)?

Obrigado!

Postagens mais visitadas deste blog

Endogeneidade

O treinamento dos economistas em métodos quantitativos aplicados é ainda pouco desenvolvido na maioria dos cursos de economia que existem por aí. É verdade que isto tem melhorado, até porque não é mais possível acompanhar a literatura internacional sem ter conhecimento razoável de técnicas econométricas. Talvez alguns leitores deste blog ouçam falar muito em endogeneidade ou variáveis endógenas, principalmente no que se refere a modelos econométricos. Se pensamos em modelos de crescimento endógeno, o "endógeno" significa que a variável que causa o crescimento é determinada dentro do contexto do modelo. Mas em econometria, embora não seja muito diferente do que eu disse na frase anterior, endogeneidade se refere a "qualquer situação onde uma variável expicativa é correlacionada com o erro" (Wooldridge, 2011, p. 54, tradução livre). Baseando-me em um único trecho do livro do Wooldridge (Econometric Analysis of Cross-Section and Panel Data, 2 ed, 2011, p. 54-55)

Lutero e os camponeses

São raros os momentos que discorro sobre teologia neste blog. Mas eventualmente acontece, até porque preciso fazer jus ao subtítulo dele. É comum, na minha condição declarada de cristão luterano, que eu sempre seja questionado sobre as diferenças da teologia luterana em relação às outras confissões. Outra coisa sempre mencionada é o episódio histórico do massacre dos camponeses no século XVI, sancionado por escritos de Lutero. O segundo assunto merece alguma menção. Para quem não sabe (e eu nem devo esconder isso), Lutero escreveu que os camponeses, que na época estavam fazendo uma revolta bastante conturbada, deveriam ser impedidos de praticarem tais atos contrários à ordem - inclusive por meio de violência. Lutero não mediu palavras ao dizer isso, o que deu a justificativa para a violenta supressão da revolta que ocorreu subsequentemente. O objetivo deste post não é inocentar Lutero do sangue derramado sobre o qual ele, de fato, teve grande responsabilidade. Nem vou negar que Lutero

Exogeneidade em séries de tempo

Mais um texto de quem tem prova de econometria na segunda-feira. Quem não é economista não deve de forma alguma ler esse texto. Não digam que eu não avisei. Quando falamos de exogeneidade na econometria clássica, estamos falando da chamada exogeneidade "estrita", que nada mais consiste no fato de uma variável x não ser correlacionada com qualquer erro. Nas séries de tempo, no entanto, trabalha-se com três tipos de exogeneidade, dependendo do fim proposto. Na busca de resultados em inferência estatística (modos de estimar parâmetros e formulação de testes de hipótese), utiliza-se, em séries de tempo, o conceito de exogeneidade fraca. Para isso, precisamos 'fatorar a função de distribuição em duas partes: distribuição condicional e distribuição marginal . Define-se que uma variável é fracamente exógena em relação aos parâmetros de interesse se, e somente se, houver um certo tipo de reparametrização e atender duas condições: a variável de interesse precisa ser função de apen